terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

THOMPSON, E. P. Costumes em comum


               Introdução Costumes e Culturas. P. 13-24

Em Costumes e Cultura, Thompson abrenge a análise da cultura dos trabalhadores no século XVIII e parte do XIX, mas muitos desses costumes eram vistos em posição de declínio para o século XVIII, juntamente com a magia, a feitiçaria, etc. Uma suposta ‘’reforma’’, na qual a culta da peble seria reformulada pelos estratos da cultura superior, a dos patrícios.
Mas essa reforma sofreu uma grande resistência muito forte por parte da peble, causando uma alienação entre a cultura ‘’subalterna’’ e a dos patrícios. Resultando dessa contraposição o folclore, como sugere Peter Burke.
Nos séculos seguintes, o termo costumes começou a ser diretamente ligado ao termo ‘’cultura’’. Por conseguinte para Bacon o costume ‘’ é a principal diretriz da vida humana’’, assim Bernard Mandeville aponta, que o costume que deve ser adquirido cedo não se trata da aceitação da educação universal, mas sim da cultura do trabalho, o homem habituando o seu corpo ao capitalismo, para satisfazer suas necessidades e manter por outro viés o sistema, ou seja é necessário primeiramente que para haver uma ordem na sociedade é necessário que ‘’ grande parte da população seja ignorante e pobre’’ , ‘’o conhecimento dos trabalhadores pobres fiquem confinados dentro dos limites’’, não aprenderiam mais do que seu ofício por direito. Assim este será capaz de se acomodar sem criticar o meio em que está vivendo.
Para manter a ‘’cultura’’ os ‘’pobres’’ então utilizavam-se da transmissão oral, uma função racional, um registro memorial significativo que acabavam empregando-se como leis, por tamanha durabilidade temporal. A restrição a classe desvalorizada era clara, nenhum patrício gostaria de que a plebe possuísse momentos de alegrias e diversão, então cultuavam seus costumes em casas de ofícios , em reuniões da sociedade.
Os costumes estavam em uma face de mudanças, porém com reinvidicações conflitantes com as dos nobres. A cultura popular apesar de seus conflitos sociais, parece em seu termo unir os dois lados, na forma de junção do oral e do escrito, da plebe e dos patrícios, supostamente uma visão hegemônica, que distrai a atenção da consciência de classe. Antes a cultura plebeia não possuía uma auto definição, e sofria influências externas, mas assume sua forma, justamente em oposição aos controles impostos pelos governantes patrícios.
Característico da cultura plebeia, é a transmissão de geração em geração das habilidades dos adultos, na serventia de sua utilização no trabalho posteriori, assim como experiências, transmissão das técnicas particulares, experiências sociais ou da sabedoria comum da coletividade; as tradições perpetuam em meio a transmissão oral. Portanto essas transmissões de acordo com Gramsci, podem ter dois âmbitos: o de adequação ao sistema, , a conformidade com sua situação social e a de repressão compartilhada, a do senso comum, muitas vezes compartilhadas com os colegas de trabalho.
Mas essa cultura plebeia não estava sujeita ao domínio, de grande rebeldia, não suponha ser adequa da ideologia dos governantes, as leis estabeleciam os limites, mas não faziam parte da vida privada dos cidadãos em suas vilas rurais, na sua vida privada a plebe não adequava os preceitos dos nobres, era uma rebeldia em valor dos costumes.
A decodificação das formas de expressão simbólica das classes trabalhadoras é necessário para revelar-se as regras invisíveis. ‘’ As inovações técnicas e a racionalização do trabalho ameaçam desintegrar os costumes e até mesmo organizações familiares, definindo-se em um conflito de um mercado inovador e a economia moral da plebe, baseada nos costumes.
A cultura plebeia consolida aqueles costumes que servem ao interesse do povo, e também é ‘’picaresca’’, pois os ‘’azares e acasos não podem ser prescritos, ou evitados. ’A cultura é um termo ‘’emaranhado’’ no qual é ‘’necessária uma distinção ‘’para não haver confusões, portanto os costumes são ‘’realidades materiais e sociais da vida’’ e essencial é lembrar os códigos, necessidades e costumes pertencentes a cultura plebeia, pois não há como retrocedermos um processo econômico para que possamos analisar, catalogar e compreender seus costumes.

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